"Os participantes do FIC Cultura, do Grupo de Articulação Social H.Melillo estão participando de um instrumental de cultura popular, ninistrado por Alceu Estevam e Rosa Sales, tendo atividades de danças folclóricas e figurino com ênfase na regionalização local. Uma das danças apresentada é o Samba Lenço Rural Paulista, que foi mostrada no último dia 13, na Festa do Café em Caconde. Essa dança, que foi desenvolvida pelos escravos africanos do interior do estado de São Paulo é uma das principais manifestações populares do ciclo do café e da cana de açúcar do nosso interior, sendo ela responsável também pela introdução de um estilo de cantochão melódico, muito utilizado nas músicas sertanejas de raiz. Essa coreografia é constituída por uma formação de pares entre homens e mulheres, onde elas dançam agitando os seus lenços, enquanto são observadas por seus parceiros e num momento de intensa integração, estes formam coletivamente um grande baile no final, mostrando assim, a junção das tradições da corte portuguesa, com a plasticidade africana. Para desenvolver esse trabalho, Alceu e Rosa, foram em uma apanha de café para observar como os trabalhadores dessa lavoura se vestem, andam e como se movimentam no seus espaços e à partir desse olhar, passaram a desenvolver com esses participantes, o Samba Lenço Rural Paulista. A preparação das atividades se dá através das experiencias de cada um, onde todos tem algum tipo de código e informação que possa ser reaproveitadas em todas as etapas das oficinas culturais, sendo esses preparados com aquecimentos físicos, concentração da atenção, técnicas de brincantes, ritmos musicais, jogos e brincadeiras que serão mesclados com as percepções das cores e texturas para o desenvolvimento dos seus próprios figurinos. A integração entre os participantes com o instrumental de cultura popular está sendo benéfico porque eles já tem dentro de si, uma vontade de experimentar e expressar o seu cotidiano, sendo assim, esse módulo de interatividade regional, faz com que eles olhem para o seu entorno com uma nova perspectiva de vida e cidadania".
Texto: Alceu Estevam - educador de Cultura Popular e presidente do grupo urucungos puítas e quijengues de Campinas
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